segunda-feira, 13 de setembro de 2010

JUSTICIALISMOS DE POLIESTIRENO

O POLIESTIRENO, na sua forma expandida, conhece-se em Portugal por esferovite e no Brasil por isopor. O JUSTICIALISMO traz-nos sempre à memória o cavalgador do povo argentino e a sua partenaire, aquela senhora que teve direito a ópera com o seu nome e tudo. O poliestireno é bom para embalagens e isolamentos; o justicialismo é o gato por lebre, um arremedo do justo para fazer passar o injusto. O povo gosta e o demagogo usa o justicialismo que, sendo bem revestido a esferovite, cai-nos em cima e não dói nada.

O povo dos estádios e do sofá estava farto do Queiroz e dos maus resultados do pelotão futebolístico nacional e vai daí pensa um certo senhor das desgovernações: se eu corresse com o tipo, de certeza que me batiam palmas, me levavam em ombros e o meu partido subia nas sondagens. E pumba! Ou pimba, tanto faz.

Mas a esferovite começou a esboroar-se e alguns piegas desataram a lamentar-se: ai que dói, ai que dói.

Um tanto frustrado por não ter podido ser treinador de futebol e se ver forçado pela vida e pelo partidarismo que se sabe a ser «governante», o tal certo senhor exigiu dos seus «súbditos» federativos que dessem forte e feito naquele que parece ser o único na arte de pontapear bolas a não poder dizer palavrões. Pois, pois: é que se castigássemos todos os que no futebol berram, insultam e dizem palavrões, não ficava ninguém sem castigo, nem sequer no público.

De qualquer forma, os federados e confederados (actualmente sem utilidade pública) não cumpriram cabalmente as ordens recebidas de quem acha que manda quando apenas desmanda). Foram repreendidos e finalmente correram com o seleccionador. Muito bem. Já nos livrámos deste.

Agora pedimos encarecidamente ao senhor governante em desapreço: demita-se. E mais: proponha-se pagar do seu bolso as indemnizações que se adivinham devido às anomalias e ilegalidades cometidas.

Nota final: É uma vergonha usarem-se processos inquisitórios e maquiavélicos para poupar uns europins, em vez de se ser claro, leal e justo.

A esferovite esboroa-se e o justicialismo à portuguesa nem isso é. Não passa de qualquer coisa bolorenta e pimba.

                    

Vendas Novas, 13 de Setembro de 2010


 

ABDUL CADRE