domingo, 4 de fevereiro de 2018

COGITA TUTE

Vendas Novas, 4 FEV 2018

Quando alguém, muito professoralmente, diz a outro: pensa pela tua cabeça, está, sem dar por tal, a dizer a esse outro para pensar do mesmo modo que ele, porque a sentença contém um pressuposto subtil, que a cabeça pensa, coisa insusceptível de prova e, por conseguinte, é do domínio da crença.

O aviso (ou sugestão) menos incorrecto seria «pensa por ti» ou, de forma mais vaidosa, cogita tute, porque o latim dá sempre um toque tipo anel de brasão, mesmo que se viva em república.

criacionista não explica, e um darwinista muito menos, por que os machos têm mamilos, excrescências completamente inúteis. Dirão coisas, mas é como se não dissessem, porque qualquer pensamento, qualquer entendimento condicionado por um modelo fica sempre limitado pelos seus parâmetros. Habitualmente, tentarão encaixar os factos no modelo em que acreditam, mesmo que não caibam.

Michael Shermer, em um dos seus escritos – ele que é um neodarwinista – avisou-nos sabiamente que às más perguntas sucedem sempre más respostas. Segundo ele, a pergunta que se deve fazer é por que as mulheres têm mamilos, sendo a resposta evidente e inegável é que as fêmeas de mamífero têm mamilos para poderem alimentar as crias.

Aquelas excrescências nos machos devem-se ao facto de o molde arquitectónico para cada espécie ser apenas um; a natureza não perde tempo com dois, quando resolve o problema com um. Azar dos machos, que ficam com as marcas do molde.

Podemos enquadrar tudo isto na ideia de que o princípio básico da vida é feminino.

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