terça-feira, 26 de setembro de 2023

DA ESCOLA ALVOROÇADA

 


Doze anos de escolaridade obrigatória para praticar a indisciplina e obter a diplomada ignorância que habilita qualquer coitado a ser caixa de supermercado – bem melhor seria ir aos ninhos, ou aos gambozinos – faz-nos duvidar que a escola possa ser uma coisa boa. Aliás, a ser uma coisa boa não seria obrigatória.

Ao duvidarmos da bondade da escola, duvidamos também que os professores em guerra contínua e longa com o governo que está como treino para o confronto com o que virá tenham em mente mais do que defender os seus interesses particulares, por muito que invoquem altruísmos de conveniência. De qualquer forma, é para mim uma quase certeza que, grite-se ou não por uma “escola pública de qualidade”, não se vê quem olhe friamente para o que a escola efectivamente é: um cadáver adiado que nem sequer procria, dado que nela e por ela se parte da ignorância para mais ignorância ainda, antes de mais porque se repisa o que foi sem perspectivar o que será. Incentiva-se a interpretação superficial de coisas que não se percebem nem se almeja perceber, estimulando-se a opinião – que não a crítica – sobre ideias que não se conhecem nem se aprofundam.

Enfim.

Muitas vezes fica-nos a sensação de que se organizou o caos no sentido da borga. É, pelo menos, o que parece quando observamos os arraiais indecorosos de aludidos professores que exigem respeito enquanto bolçam impropérios, como se respeito fosse coisa de sentido único.

                                                                                                            Abdul Cadre

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