quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

DIR-SE-À MAIS DIA MENOS DIA

 

DIR-SE-Á, mais dia menos dia: o país estava à beira do abismo; connosco deu um grande passo em frente. E isto virá então nos jornais. Por enquanto não, que não têm ordens para isso. Nem disposição, já se vê. Virá até naquele recordista de vendas que não se apercebeu ainda que mudámos de desgoverno…

Ó meninos, acordem: o Sócrates já não é primeiro-ministro, quem actualmente é primeiro-ministro de facto — que não de jure— é o Relvas. E rectifiquem: o dito réu das vossas obsessões não está a estudar Filosofia, está em Paris a estudar Ciência Política.

Mas o que se diga deste jornal de que é escusado dizer o nome, pode dizer-se dos demais que lhe vão na peugada, porque os interesses de quem é dono e o desossamento de quem só compra discos da His Master´s Voice faz o resto.

O outro, segundo diziam, tinha um problema insolúvel com a verdade, aquele que formalmente o substituiu parece ter um problema solúvel com a mentira. Diz de manhã uma coisa e à tarde o seu contrário sem qualquer arrepio e sem que o critiquem. Está ungido pelo espírito santificado da subserviência mediática,que tem como desculpa o chamado estado de graça e o pendor missionário para o miserabilismo.

Uma ministra coloca o irmão do companheiro a tratar dos assuntos do ministério, os jornais nada dizem sobre tal nepotismo. Acusada pelo bastonário da AO de estar a beneficiar o cunhado, permitiu-se ir às televisões dizer que não tem cunhado nenhum, como pode provar. Pois claro: é divorciada oficialmente e não casou de novo com papel passado. Palavras para quê? Perverso foi o campeão de vendas lhe pôr uma foto com a seta para cima, para lhe enaltecer a coragem.

Um secretário de estado aconselha os jovens a emigrar. Esperava-se que a imprensa o desancasse e o primeiro-ministro o exonerasse. Qual quê? Exonerar como, se em seu apoio veio o chefe formal do desgoverno apoiá-lo, propondo que emigrem os professores?

Como o primeiro-ministro é de Angola, não lhe podemos dizer que emigre ele, pois no caso seria retornar e não emigrar. O rei de Espanha é que lhe podia repetir o que disse ao Chaves.

Já vimos que a política deste desgoverno é exaurir o país, conduzir os portugueses à indigência. Estou já à espera que venham mais ministros aconselhar a generalidade dos trabalhadores a emigrarem. Só não quero esperar é que fiquem por cá apenas os reformados, pois temo que a injecção atrás da orelha deixe de ser anedota para se tornar realidade.

O desgoverno reuniu informalmente (?), suponho que para preparar a Consoada.Desconhecia a possibilidade de um governo reunir apenas para conversar, como quem vai a uma tertúlia de café…

Ah!Mas combinaram tratar do desemprego e da economia, isto é, — no meu entendimento —, aumentar o primeiro e diminuir a segunda.

Não emigrem, não. Depois não se queixem.  

 

Abdul Cadre

1 comentário:

  1. Muita água correu no Tejo depois desta publicação e agora já se vê como afinal eles lavam bem as mãos uns dos outros e, como em última instância se socorrem e são solidários.
    Mas enfim o rei de espanha tem lá os seus problemas e cabe-nos a difícil tarefa de lhes exigir que metam os malandros na cadeia.
    Inviável!

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