segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

TRUMP É LOUCO, EM QUE SENTIDO?

Trump poderá ser um doente do foro psiquiátrico, mas não um louco no sentido que alguns críticos lhe dão, e assim o enaltecem. Aliás, todas as críticas a Trump, no geral, são mal dirigidas, pois fazem-se no sentido de diabolizar os seus apoiantes populares, de que resulta naturalmente mais apoio para o dito cujo. Steve_Bannon_2010

Note-se que aquilo de que o acusam é precisamente aquilo que o catapultou para o poder.

Se não se perceber qual é o vento que sopra no mundo não se vai perceber o fenómeno Trump, que é apenas a estrela de um show destinado a entreter o pagode e desviá-lo do cerne da questão. A coisa será mais perceptível quando vários países da Europa entrarem na mesma deriva.

A estrela deste show poderá deitar fogo ao palco? Claro que sim.

Aliás, o seu mentor, o neonazi Steve Bannon, para além de obras de ficção, tem artigos «filosóficos» e «proféticos» que explicam bem o que pensa e o que quer. A sua visão apocalíptica cristã é simétrica da visão apocalíptica salafita do Daesh. A sua teoria do caos e a proposta de criar condições para uma guerra entre a China e os EUA, dentro de 5 a 10 anos, deviam assustar e não assustam, porque os meios de comunicação estão mais motivados para o primarismo de colar etiquetas. O homem é louco e está o assunto arrumado, vamos divertir-nos com o show encenado por quem sabe bem o que está a fazer.

Quando os turcos tomaram Constantinopla, os dirigentes da cidade estavam reunidos para resolverem o grande problema do sexo dos anjos e da composição das suas asas...

Os poderes fácticos do mundo terão chegado à conclusão de que já podem começar a dispensar os políticos e mandar gerir as nações pelos seus delegados administrativos. O povo já tem a lição bem aprendida: os políticos são todos uns malandros e os gestores é que sabem gerir tudo de modo a que tudo dê lucro; o estado só serve para cobrar impostos e os funcionários públicos são uns inúteis. O estado deve ser eliminado porque tudo pode ser feito sem ele, barato, bem e depressa.

Onde é que o povo aprendeu isto? É evidente que aprendeu nos meios de excitação social. Curioso, foram os meios de excitação social que criaram Trump – o Dr. Frankenstein e o seu monstro – e é contra eles que o Trump volta baterias. É a criatura a querer estrangular o criador.

Os utopistas têm olhado o povo como algo sacrossanto. Voz do povo é voz de Deus. Que tontice! Se existisse o Diabo, diria eu que a sua voz é a do Trump e é a do povo. Dá vontade de rir haver jornais que primam pela mentira e pela calúnia tomarem o papel de defensores da verdade, criticando o Trump. O Trump mente, como mentem os jornais e como o povo mente. O povo odeia a verdade e, no sistema sufragista, só os mentirosos ganham o voto popular.

E entrámos numa nova fase da implementação do caos proposto por Steve Bannon. Os tribunais já ilibam quem mente, quem injuria e quem calunia justificando-se com o direito à liberdade de expressão. Bem recentemente, um jornalista bem conhecido pelas suas posições de extrema direita e admirador confesso do Trump, e que no nosso meio se destaca por promover conspirações, foi ilibado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem das calúnias que teceu em relação a uma figura pública. Os doutos cavalheiros determinaram que a liberdade de expressão é mais importante do que o direito ao bom nome,

É assim que vamos a caminho do caos. E acreditem: isto não é inocente. Mas o povo gosta, isto é, está habituado. Haverá quem não saiba o que nos ensina a Psicologia, que o gosto é apenas um hábito?

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