Há um ror de tempo, caíram-me nas mãos dois encantos, que devorei várias vezes de fio a pavio: Os Contos do Gin Tónico e Os Novos Contos do Gin Tónico, do Mário-Henrique Leiria.
Dirão alguns que conheçam, sobretudo se conhecerem mal: brincadeira, coisas de rir, coisas pouco sérias, ausência de estímulo à inteligência e outras coisas comuns aos que sofrem de burocracia cerebral. Eu estou nos antípodas, felizmente, embora possa ser suspeito por muito ter alinhado com o non sense, o surrealismo e o dadaísmo.
Sabem a origem de dadaísmo? Vem de dádá, que é a primeira palavra que os bebés pronunciam, para desespera as mães, que dizem para os rebentos: não é assim, diz papá, diz mamã…
Provavelmente, os que se incomodam e deploram estas correntes sentem-se mais confortáveis com a pseudoliteratura do escrevedor a metro, aquele que faz um sorriso matreiro quando lhe chamam o Dan Brown português, ou aquela senhora descritora de alcova, que não recordo o nome e não acredita em coincidências.
São feitios.
Com tanta coisa de valer a pena, para as quais a vida nos não vai dar o tempo suficiente – não contem sequer com prolongamento – algum critério selectivo seria bem-vindo.
Mas como seleccionar?
Não sei.
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